quarta-feira, 21 de abril de 2010

Neto e a falta de postura e coerência

João de Castro
A coerência, o comedimento e a postura são qualidades essenciais para qualquer profissional, em qualquer área de trabalho. Essa busca deve ser ainda mais constante quando se é um “formador de opinião”. O comentarista de futebol José Ferreira Neto, ou simplesmente Neto, da Rede Bandeirantes de Televisão, não demonstra se preocupar com isso ou ao menos ter o cuidado de controlar a impulsividade e a contradição que o acompanham desde os gramados.

É nítida a incongruência em seus comentários. Ora elogia um atleta como sendo um dos “melhores do mundo” e instantes depois o critica, esquecendo os galanteios feitos minutos antes por ele mesmo. A deficiência ética diante das câmeras, com palavras de baixo calão, como se estivesse em uma “conversa de bar” e certo quinhão de desequilíbrio psicológico, são outras gafes constantes nas explanações de Neto.

O “crítico” em questão possui facilidade singular em criar controvérsias e atritos com outros profissionais do esporte. Recentemente, com o goleiro Marcos do Palmeiras, quando este afirmou que falta ética ao comentarista e o chamou de mau caráter. Há tempos atrás com o narrador esportivo e colega de emissora, Luciano do Vale, que expôs, publicamente, enorme insatisfação em trabalhar ao lado de Neto nas transmissões dos jogos, pela TV Bandeirantes.

Ainda como jogador a confusão que mais marcou negativamente a história de Neto, a cusparada no rosto do árbitro José Aparecido de Oliveira, na partida entre o Corinthians e o Palmeiras, em 13 de outubro de 1991.

A ausência de profissionalismo e equilíbrio o seguem desde então. Pois além das polêmicas e discussões com jogadores, técnicos e árbitros, Neto reconhece que quando jogador, não era um esportista com grandes condições físicas. "Eu era boleiro, não atleta", costumava dizer. Encerrou a carreira relativamente jovem, com 33 anos, em 1999.

Para tornar-se um comentarista respeitado, com credibilidade e coerência, Neto deveria se espelhar em outros ex-futebolistas que atualmente expõem com maestria opiniões sobre o futebol com categoria e estilo. Paulo Roberto Falcão, ou simplesmente Falcão e Leovegildo Lins da Gama Júnior, conhecido apenas por Júnior, ambos da Rede Globo de Televisão, são apenas dois bons exemplos entre outros tantos ex-atletas que obtiveram sucesso nos gramados e também como comentaristas em nosso futebolístico país.

Um comentário:

  1. Concordo em gênero, n° e grau. Sou daquelas mulheres que gostam de futebol, assisto aos programas de esporte e observei exatamente o que vc relatou. Diria até que a Rede Bandeirantes, como "o canal do esporte" deveria se preocupar mais com a qualidade de seus profissionais. Outro que me desagrada demais é o Sr. Datena, principalmemte quando assume o papael de comentarista esportivo.
    Bem, o que quero mesmo dizer é que é muito agradável encontrar alguém que se expresse tão bem e que escreva igualmente muito bem. Seu português é muito bom e isso torna a leitura ainda mais deliciosa. Parabéns. Vou seguir você para meu deleite... rsrs.
    Convido-o a visitar meu blog e tomar um chocolate comigo.
    Bom fds.
    Beijos.

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